O fato em si não é infeliz; mas suportá-lo e triunfar é uma grande felicidade – Marco Aurélio

Para os estoicos, o mundo é organizado de uma forma racional e coerente. E é a partir dessa ideia que queremos falar agora sobre o Amor Fati. Afinal, se há razão – no universo e nos homens – como resistir ao que acontece?

É importante, porém, não confundir essa ideia de aceitação do destino com a falta de livre arbítrio humano.

“Na realidade, os estoicos relutavam em aceitar tal acordo e tentaram contornar essa dificuldade de entendimento definindo o livre arbítrio como uma acomodação voluntária ao que é, de qualquer forma, inevitável” – afirmou Gregory Hays, na introdução de sua tradução de “Meditações” (Marco Aurélio).

Somos, assim, responsáveis (essa acomodação voluntária) por nossas escolhas e ações a partir do que é estabelecido (inevitável)!

E como devemos responder a esses eventos?

Com a transformação a seu favor de tudo que acontece (indo além da simples aceitação), por mais difícil que possa parecer a princípio.

“É lamentável que isso tenha acontecido. Não. É uma felicidade que isso tenha acontecido e que eu tenha permanecido ileso – não abalado pelo presente ou com medo do futuro. Poderia ter acontecido com qualquer um. Mas nem todos permaneceriam ilesos” – Marco Aurélio, “Meditações”, 4.49a.

Além disso, o que quer que aconteça, que nada o impeça de agir com “justiça, generosidade, autocontrole, sanidade, prudência, honestidade, humildade, franqueza e todas as outras qualidades que permitem que a natureza de uma pessoa seja desempenhada” – Marco Aurélio.

A reação a tudo o que acontece está em suas mãos, em seu controle.

“Então, lembre-se deste princípio quando algo ameaçar lhe causar dor: o fato em em si não é infeliz; mas suportá-lo e triunfar é uma grande felicidade” – (M.A.).

Referências:

Meditations

Meditações

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