O que é AMOR FATI?
Minha fórmula para a grandeza de um ser humano é o amor fati: que ninguém queira nada diferente, nem para frente, nem para trás, nem por toda a eternidade. Não meramente suportar o que é necessário, ainda menos escondê-lo… mas amá-lo.
– Friedrich Nietzsche
Amar o destino.
Abraçar os acontecimentos. Fazer do fogo, combustível. Mudar suas atitudes em relação à vida. São esses os ensinamentos da expressão em latim AMOR FATI.
Para Robert Greene, não é natural para nós seres humanos ter de imediato essa relação de amor ao destino. Pelo contrário. Quando algo ruim acontece, tendemos a nos perguntar: por que eu? Nos queixamos, reclamamos dos acontecimentos – esses que são fora do nosso controle!
Por isso, é tão difícil, mas não menos necessário, praticar esta ideia. É preciso superar esses elementos que fazem parte da natureza humana, mudar de perspectiva e utilizar os acontecimentos, mesmo os ruins, a nosso favor. Assim, Amor Fati é poderoso, pois te faz treinar a aceitação e a superação.
A expressão tem sua base em Nietzsche, que afirmava que esta é a vida, e viver envolve dor, adversidades, fracassos e, um dia, morte. E a melhor saída é amá-la exatamente como ela é.
Mas não se engane, aceitar – e até amar o destino – não tem nada a ver com manter-se inerte em relação à vida. É preciso agir, de acordo sempre com suas virtudes, e seguir o seu caminho (apenas com menos reclamações e amargura).
Robert Greene and Ryan Holiday sobre ‘Amor Fati’
Referências:
Vídeo no YouTube: “This Is Life, Life Involves Pain” | Robert Greene and Ryan Holiday on ‘Amor Fati’.
Daily Stoic: “Amor Fati: The Immense Power of Learning To Love Your Fate”, de Brendan Hufford
Achei interessante, vou me aprofundar um pouco mais e tentar por em prática.
Eu acho muito válido esse conceito, para “99%” dos casos…
É poderoso reagir positivamente na situação de perda do emprego ou término de um relacionamento por exemplo, mas e em relação às mazelas e misérias humanas?! Deixa eu dar um exemplo (poderia dar dezenas de outros mas um só já basta para chegar ao ponto):
Digamos que alguém tenha uma criança. Essa criança certo dia é sequestrada, estuprada e morta (esse exemplo pode parecer mórbido mas acontece com mais frequência do que se imagina…).
Eu pergunto se fosse sua essa criança você amaria o fato de que isso aconteceu a ela?! Eu realmente acredito que o ser humano tem a capacidade de aceitar esses tipos de coisas, alguns conseguem ir até além e perdoar (nesse caso do exemplo acima o estuprador assassino). Também concordo que não devemos ficar de braços cruzados pelas tragédias da vida mas buscar melhorar e soluções sempre.
Mas amar o ocorrido?! Como se fosse a melhor coisa que poderia ter acontecido a você?! Acho que nessas situações é forçar um “pouquinho” a barra. Não se trata de não poder mudar o que aconteceu, nesse caso sim entra a aceitação, mas amar o ocorrido?!
Convenhamos que há um limite, e essa ideia de Amor Fati foi e é uma idealização ou um ideia muito romântica da realidade. Mas tô aberto a entender melhor esse conceito caso eu tenha compreendidos algo errado…
Me parece que você usa de muito bom senso em seu exemplo da dificuldade (e até a validade) de se amar os acontecimentos tais como eles são
Sim, pensando pontualmente num acontecimento bruto e violento como o que você sugeriu não vejo como amar o fato em si
No entanto, será incompatível você lamentar profundamente um fato ocorrido e ainda assim amar seu caminho como um todo?
Afinal, a vida inclui tragedia assim como inclui maravilhas. Receber e aceitar o todo me parece a sabedoria da proposta “amor fati”