Temperança

Estamos aqui, mais uma vez, para enxergar com olhos estoicos o mundo de hoje. Agora, vamos pensar um pouco sobre a Moderação (uma das quatro virtudes cardinais do estoicismo, sobre as quais escrevemos há pouco tempo).

Moderação é a virtude de permanecer na exata medida. É não fazer nada em excesso. É realizar a coisa certa, na justa proporção.

Não há moderação em “não ligar” para uma pandemia, e continuar sua vida e suas atividades da mesma forma. Assim também como não há temperança em comprar todo o estoque de álcool em gel disponível nos três mercados perto de sua casa. Sem contar que as duas atitudes são totalmente desvinculada do senso de coletividade!

Há que se achar a “exata medida” entre cuidado/prevenção e pânico. Cuidado consigo e com a sua comunidade, que se une em torno de uma doença que não só aflige por seus efeitos no indivíduo, mas pelos impactos que pode alcançar nas estruturas de atendimento à saúde – prejudicando a quem de fato possa precisar.

Esse é um recorte sobre a ideia de moderação disseminada pelos estoicos. A virtude está relacionada ao autocontrole e autoconhecimento e é uma dos caminhos para a sabedoria.

A Temperança, na mitologia grega, era representada por Sofrósina (sophrosyne), que personificava a moderação, a discrição e o autocontrole. Seu equivalente romano é Sobrietas. Assim, “sophrosyne” passa a ideia de entendimento dos limite. Seu oposto seria o “hybris”, o excesso, a falta de medida.

A Temperança, que também aparece nas cartas de Tarot, é quase sempre apresentada como uma pessoa derramando líquido de um jarro para outro – símbolo que representa a diluição do vinho com a água, indicando, assim, a moderação.

Então, busque, como os estoicos, a justa medida, o caminho do meio. Seja nesse momento de turbulência em proporções mundiais ou nas tarefas mais cotidianas de sua vida, faça da temperança um de seus valores essenciais.

Pense: que desejos, paixões e até hábitos devo diluir com água em minha vida?