“Devemos pertencer a nós mesmos” – Sêneca
“Muitas vezes as coisas que não custam nada nos custam mais pesadamente”- Sêneca.
Só para começar: nosso tempo, nosso caráter e nossas relações pessoais. Se essas coisas forem negligenciadas, nos custarão uma das coisas mais importante em nossa vida: a nossa liberdade.
“Posso mostrar-lhe muitos objetos cuja busca e aquisição arrebataram a liberdade das nossas mãos”- Sêneca.
Liberdade aqui entendida como o domínio de si mesmo, como a capacidade de ser sábio ou de pelo menos buscar essa sabedoria e prudência. Na carta “Sobre Valores”, Sêneca nos lembra que os “bons homens” de “primeira classe”, os de fato considerados sábios estoicos, talvez surjam como a fênix apenas uma vez em quinhentos anos. Sabedoria exige tempo e desenvolvimento, e não pode ser simplesmente confundida com poderes trazidos pelo destino.
Mesmo não alcançado tal nível de sabedoria, buscá-la é o caminho. Cada dia em constante aprimoramento, um passo senão mais próximo da sabedoria, pelo menos mais distante da ignorância.
O destino também pode revelar a crueldade de alguns homens, basta que tenham a oportunidade para evidenciar seus desejos.
“Que os desejos deles são os mesmos que você descobrirá em um momento, desta forma: conceda-lhes poder igual aos seus desejos” – Sêneca.
Quem é o dono de quem? Estamos falando sobre essa velha e conhecida pergunta.
“Marco Aurélio detinha um poder incrível e Sêneca tinha uma incrível riqueza, mas o que faltava a ambos era a sensação de desespero e luxúria”- Ryan Holiday.
No caso era exatamente essa “falta” que os caracterizava como estoicos. Eles não desejavam fama, poder e dinheiro, eles praticavam o estoicismo com tudo isso, e eles tinham a consciência que podiam perder essas coisas a qualquer momento. Eles não eram o seu poder e a sua riqueza.
“Um estoico pode ser ativo, mas deve ser capaz de ter quietude espiritual, virtude, confiança baseada em princípios” – Ryan Holiday.
“Devemos pertencer a nós mesmos, mesmo se essas coisas não nos pertençam” – Sêneca.
Para finalizar, um trechinho da música “Amor pra recomeçar”, de Frejat:
“Eu desejo que você ganhe dinheiro | Pois é preciso viver também | E que você diga a ele | Pelo menos uma vez | Quem é mesmo o dono de quem”.