“Viva por algum tempo nesses livros, aprenda com eles o que lhe parece digno de aprendizado, mas sobretudo os ame” – Rilke
“Cartas a um jovem poeta“, de Rainer Maria Rilke (4 de dezembro 4 de 1875 – 29 de dezembro de 1926), é uma linda, profunda e atemporal obra, apesar de curta. As cartas são escritas ao poeta em desenvolvimento Franz Xaver Kappus.
Na segunda carta, Rilke dá dois conselhos ao seu interlocutor (e a todos nós leitores desde então):
O primeiro é sobre evitar a ironia: “Não se deixe dominar por ela, principalmente em momentos sem criatividade”. Ele fala, porém, que nos momentos de criatividade seria possível utilizar-se dessa linguagem. A ironia é uma forma de expressão por meio da qual se diz o contrário do que se quer dar a entender, e pode ser usada na literatura para provocar uma reação no leitor. Porém, se a intimidade com a ironia virar excessiva, “busque o âmago das coisas, aonde a ironia nunca desce”.
O outro conselho é sobre os livros. Sobre a identificação de livros (poucos) que seriam indispensáveis para você.
“Viva por algum tempo nesses livros, aprenda com eles o que lhe parece digno de aprendizado, mas sobretudo os ame. Esse amor lhe será retribuído milhares e milhares de vezes, de modo que, seja qual for o rumo tomado pela sua vida, tenho certeza de que ele percorrerá o tecido de seu ser como um dos fios mais importantes entre todos os fios que compõem a trama de suas experiências, decepções e alegrias” .
Rilke
Acredito que os dois conselhos têm consonância com os estoicos, que buscam o âmago das coisas e, ainda mais especificamente sobre livros, autores e aprendizados, destacam a importância de conhecer muitos, mas mergulhar mais profundamente em apenas alguns.
“Você deve permanecer entre um número limitado de mestres pensadores, e digerir suas obras, para que construa ideias firmes em sua mente. Estar em todo lugar significa também estar em lugar nenhum” .
Sêneca