Se não há vergonha, não há culpa – Epicteto

livre de vergonha

Não é um movimento fácil. Pelo menos, para mim, não é. E é exatamente por isso que temos que buscar a “extinção gradual da culpa“.

“Um dos sinais que indicam o início do progresso moral é a extinção gradual da culpa. Passamos a ver como é inútil fazer acusações. Quanto mais examinamos nossas atitudes e trabalhamos o nosso íntimo, menos estamos sujeitos a ser assolados por tempestuosas reações emocionais nas quais buscamos explicações fáceis para aquilo que nos acontece”.

Epicteto

Epicteto, assim, relaciona o sentimento de culpa ao julgamento de si e dos outros, assim como a nossa reação à opinião dos outros. Para a extinção gradual da culpa, é preciso desligar-se desses julgamentos e reações. Afinal, em relação aos sentimentos e críticas dos outros, nada podemos fazer. A respeito dos nossos sentimentos, o que nos cabe é seguir os nossos valores e ficar ok com isso!

“As pessoas mesquinhas geralmente atribuem aos outros a culpa por seus sofrimentos. As pessoas comuns atribuem a culpa a si mesmas. Aquelas que se dedicam a viver uma vida de sabedoria compreendem que o impulso de atribuir culpa a alguém ou a alguma coisa não passa de tolice e que não se ganha nada culpando seja quem for, os outros ou nós mesmos”.

Epicteto

Para facilitar esse processo de libertação de culpa e julgamento (seu e dos outros), busque a compaixão, como bem coloca Tara Brach, em seu livro Aceitação Radical (Radical Acceptance):

“Às vezes, estender a compaixão a nós mesmos dessa maneira parece totalmente embaraçoso. Isso pode desencadear um sentimento de vergonha por ser carente e indigno, vergonha de ser auto-indulgente. Mas esse ato revolucionário de nos tratar com ternura pode começar a desfazer as mensagens danosas de uma vida”.

Tara Brach

Nesse caminho, podemos alcançar a ideia – crua e simples – que propõe Epicteto:

“As coisas são simplesmente o que são. As outras pessoas que pensem o que quiserem, não é da nossa conta. Se não há vergonha, não há culpa”.

Referências:

Radical Acceptance, de Tara Brach

Aceitação Radical

A arte de viver, de Epicteto, tradução de Sharon Lebell

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