Nada mais és que uma impressão e não representas aquilo que pareces ser – Epicteto
A música Shake it out, de Florence + The Machine, lançada há mais de 10 anos, em seu refrão nos incita a afastar os demônios de nossas costas, afinal, é difícil viver carregando esse peso. Estou falando aqui de metáforas, vale a pena dizer, já que vivemos em tempos nos quais a má interpretação de texto pode levar a compreensões absurdas (caso a nossa mente não esteja aliada à razão e à verdade).
A música é um alento em momentos sombrios, é uma lembrança sobre os ciclos da Natureza (noite e dia), assim como os ciclos da vida.
O que seriam esses demônios, pensando em uma perspectiva estoica?
Seriam nossas impressões e paixões doentias! Quando nos deixamos levar não pelas coisas em si, mas por nossas percepções mais sombrias, carregamos demônios em nossas costas.
“Quando meus demônios pessoais assumem o controle, sinto meus anjos criativos se afastarem”
– Elizabeth Gilbert
Os estoicos, em especial Epicteto, falam bastante sobre as nossas impressões ou representações (phantasiai) e de como devemos colocá-las em perspectiva. Devemos questionar o que sentimos em relação a um fato externo, ao que ele realmente é. Podemos entender que as coisas não são exatamente como as sentimos. Essa separação pode parecer até absurda, mas comece aos poucos a fazer essa distinção.
O destino não está contra você, o seu chefe não está contra você, sua família não está contra você, o universo não está contra você! As coisas são como são, infelizmente, sem ligar muito para nós! Por isso, devemos ser nossos próprios salvadores no exercício de afastar os nossos demônios.
“Faça seu o costume, portanto, de confrontar toda a impressão grosseira com as palavras: ‘Nada mais és que uma impressão e não representas aquilo que pareces ser’”
– Epicteto
