Distrair-se com bobagens é a coisa mais fácil do mundo – Epicteto

Sim, Epicteto estava certo!

E olha que o mundo no qual o filósofo viveu era bem diferente do nosso. Hoje em dia, a distração está sempre nos chamando, piscando diretamente dos nossos celulares para que olhemos a última mensagem, a última postagem ou a mais recente notícia. A questão não é culpar os meios, pois como já nos alertava Epicteto muito antes de eles existirem, a distração depende de nós – assim como o  nosso foco!

No trecho no qual Epicteto fala sobre essas distrações, ele admite também que “existem tempo e lugar para diversão e distração, mas nunca permita que elas se sobreponham aos seus verdadeiros objetivos pessoais”.

É interessante porque o trecho acima quebra um pouco a ideia do senso comum do estoico como uma pessoa sempre séria e que evita diversão. O que os estoicos evitam, na verdade, são os sentimentos doentios (que eles chamam de paixões), aquelas que nos fazem mal. Eles prezam a temperança sempre – que é a virtude de fazer tudo na exata medida. Eles, por exemplo, bebem vinho, mas evitam a embriaguez. É nesta linha que devemos pensar sobre a nossa vida. É sobre mantermos o nosso controle e não viver com a cara fechada.

Outra questão apontada pelo filósofo é que podemos divagar mais pelas distrações quando somos jovens, mas que devemos ser cada vez mais rápidos no retorno ao nosso foco de vida quando vamos amadurecendo. 

“Se você estivesse viajando e o navio ancorasse em uma enseada, você poderia ir a terra em busca de água e no caminho parar para pegar uma concha ou colher uma planta. Mas precisaria ter cuidado e ouvir o chamado do capitão, manter-se atento ao navio. Distrair-se com bobagens é a coisa mais fácil do mundo. (…) Se você não for jovem, não se afaste muito do navio ou poderá não ter tempo de chegar lá quando o chamarem”.

Referência:

A arte de viver, de Epicteto, tradução de Sharon Lebell

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