Desfaça a cara feia

Você tem o hábito de sentir raiva? De fechar a cara? De ficar emburrado? O que isso tem resolvido para você?

O filósofo contemporâneo Alain De Botton, em seu livro “O curso do amor”, fala sobre a “mania” dos amantes de ficarem “emburrados” – o que não ajuda em simplesmente nada em qualquer relação:

“No cerne de estar emburrado existe uma confusa mistura de raiva intensa e um desejo não menos intenso de não deixar transparecer o motivo da raiva. O emburrado, ao mesmo tempo, está desesperado para que a outra pessoa entenda seus motivos e, no entanto, se empenha até o fim para não a ajudar nesse sentido”.

É um jogo sem vitória, mas que, porém, podemos cair na tentação de virar um atleta nesse esporte. A solução? Consciência e atenção. É preciso treinar a contenção da raiva e de ficar emburrado. Desfaça a cara feia. Observe a sua reação. O que você faz de cada situação é o que importa, é o que você pode controlar.

“Se você não quer ter um mau gênio, não alimente o hábito. Não contribua com aquilo que possa intensificá-lo. Procure acalmar-se assim que puder e verifique os dias em que você não se zangou” – Epicteto.

Afinal, que hábito você quer ter em sua vida?

“Todo hábito é mantido e desenvolvido por suas atividades correspondentes: o hábito de caminhar nos faz caminhar melhor, a corrida regular nos transforma em melhores corredores. O mesmo acontece com a nossa alma. Sempre que você se zanga ou fica com raiva, mais aumentam a sua zanga e a sua raiva. Você intensifica um hábito e coloca mais lenha na fogueira” – Epicteto.

Faça de suas escolhas, decisões sábias e conscientes. Conte os dias que você conseguiu conter a sua raiva.

“Com o passar do tempo, o hábito vai se enfraquecendo e acaba sendo substituído por reações mais sábias” – Epicteto.

Referência:

O curso do amor, de Alain de Botton

A arte de viver, de Epicteto, tradução de Sharon Lebell

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