Pondere sobre o que você sente ser a sua maior fraqueza – Sêneca

Converse consigo mesmo. Olhe para dentro. Tenha a coragem de se questionar, de entender as suas falhas e fraquezas. É seu papel curar-se do seu próprio mal, se possível com a ajuda de mestres e conselheiros – dos livros ou da sua vida cotidiana. 

“O que, então, estou fazendo com o meu tempo livre? Estou tentando curar minhas próprias feridas”.

Sêneca

Como reagimos ao destino?

Estoicos trazem para si a responsabilidade de suas escolhas e de suas ações. Assim, acabamos com a inveja do que parece ser fácil para o outro e acabamos com os julgamentos, pois cada um tem que ser agente de suas escolhas. Também aprendemos a não se importar com o juízo de valor das pessoas em relação a nós, pois desde que sigamos o caminho virtuoso com sabedoria, coragem, temperança e justiça, devemos nos sentir ok.

“Contente-se em ser alguém que ama a sabedoria, que busca a verdade. Volte quantas vezes for necessário para o que é essencial e valioso. Não tente parecer sábio aos olhos dos outros. Se quer viver uma vida de sabedoria, viva de acordo com suas condições e procure ser sábio aos próprios olhos”

Epicteto

Ser  x parecer ser

“Ser” é infinitamente mais importante do que “parecer ser”. Somos falhos, mas o que fazemos com essas falhas? O que fazemos com os nossos primeiros impulsos? É interessante que o professor Massismo Pigliucci em seu livro A handbook for new stoics esclarece nuances sobre a dicotomia do controle (o que podemos e o que não podemos controlar), colocando nossos primeiros impulsos na segunda categoria. Então, pode ser uma falha sua sentir raiva ou pavor como primeira reação, mas como serão as suas ações após esse momento inicial? Isso é o que deve contar. 

É também o seu papel ajustar sempre a sua rota para as ações virtuosas, inclusive treinando suas reações para que elas cada vez mais se aproximem de suas ações e pensamentos estoicos. Caminhe com esses ajustes sem pressa, mas sem pausa.

“Quanto maior maior a pressa, maior a distância” – Sêneca, em Da felicidade.

Enfim, devemos assumir o controle – principalmente de nossas falhas e fraquezas. Entendê-las e ajustá-las de forma contínua, sem responsabilizar o destino ou as outras pessoas.

“Não tenho condenado nada além de mim” 

Sêneca

“Seja tolerante com os outros e rígido consigo mesmo”.

– Marco Aurélio

Referência:

Cartas de um estoico, Volume II, de Sêneca“Sobre sabedoria e aposentadoria”, Carta 68, de Sêneca

Da tranquilidade da alma, de Sêneca

Meditações, de Marco Aurélio

Meditations, de Marcus Aurelius

A arte de viver, de Epicteto, tradução de Sharon Lebell

A handbook for new stoics, de Massimo Pigliucci e Gregory Lopez

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