Há os que se ocupem invejando o destino alheio e desprezando o seu próprio – Sêneca

“Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida, e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso”.

Sêneca

Hoje em dia, a vida das pessoas pode chegar até nós pelos nossos celulares, em redes sociais diversas. Assim como podemos expor a nossa vida em tempo real. Temos acesso, no primeiro caso, ao que querem que vejam e, no segundo, ao que queremos expor.

Assim, criou-se inclusive um vocabulário para “novas patologias”, como: FOMO – do inglês fear of missing out. Uma ansiedade em perder momentos, contatos ou eventos, relacionada a um medo de se sentir arrependido por situações não vividas.

Tudo parece muito novo e “criado” pelas redes sociais. Na verdade, entretanto, o que essas novas tecnologias fazem é potencializar as possibilidades de algo que é do ser humano: comparar-se e julgar-se a partir da vida das outras pessoas. E isso é permitir que outros invadam a nossa vida, como bem colocou Sêneca, e invejar o destino alheio.

É preciso um constante retorno ao controle de nossas vidas (daquilo que podemos controlar) – nossos pensamentos, virtudes e conceitos.

Para finalizar, um pouco mais de Sêneca:

“não se encontra ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muitos! São econômicos na preservação de seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justificaria a avareza”.

Referência:

Sobre a brevidade da vida, de Sêneca

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