Isto é necessário?
Temos agora uma oportunidade: a revisão do que é importante para nós.
“Isto é necessário?”, questiona Marco Aurélio.
Como um mantra, a frase tem ecoado em mim mais do que nunca. Que coisas possuo ou desejo são de fato necessárias? Que pessoas são essenciais no meu convívio? Que ações, escolhas, caminhos devo de fato tomar? É necessário, é virtuoso, é para o bem pessoal e coletivo? (Podemos acrescentar). Ações devem ser consequências de pensamentos conscientes.
“Temos que eliminar premissas desnecessárias da mesma forma. Para eliminar as desnecessárias ações que as seguem”.
– Marco Aurélio
Esse tipo de questionamento permeava todas as suas ações e falas do imperador romano. Assim ensinam também os estoicos: na dúvida, cale. Entre as opções, escolha sempre a mais gentil. E há sempre espaço para a gentileza.
Porém, podemos seguir sem questionamento, checando tarefas de uma lista, atendendo a lugares, reagindo a situações.
“Este é o nosso problema: muitas vezes perdemos a noção daquilo que é importante e daquilo que não é”.
– Epicteto
Por isso, aproveite a oportunidade. Zenão de Cítio, que era um comerciante, criou o estoicismo após o naufrágio de sua embarcação. Fez do obstáculo o caminho. Você tem que parar um pouco? Aproveite para fazer uma viagem interna. Mergulhe na sua alma, questione-se, reavalie. E mais: pense em quem não pode parar. Podemos sair melhores. Entendendo bem mais o sentido de coletividade, de impacto social, e, ainda, se quisermos, de nossa força interna.
“Precisamos parar de vez em quando e fazer um balanço: sentar e determinar em nosso íntimo o que tem realmente valor e o que não tem; avaliar quais são os riscos que valem a pena e quais os que não valem. Mesmo os mais confusos e penosos aspectos da vida podem ser mais toleráveis quando se enxerga com clareza e se fazem opções”.
– Epicteto