Quem mente conscientemente comete impiedade, já que, enganando [os demais], pratica a injustiça. Também incorre em injustiça quem mente sem querer, na medida em que destoa da natureza universal e a desordena, estando em oposição à natureza do mundo. Sim, opõe-se à natureza quem, mesmo involuntariamente, é levado para o lado oposto à verdade: ele recebeu da natureza recursos [intelectuais], mas os negligenciou, e por isso hoje é incapaz de discernir o que é verdadeiro do que é falso.
– Marco Aurélio, Meditações, 9.01