O sentimento de ser indigno vem acompanhado da sensação de estar separado dos outros, separado da vida. Se somos defeituosos, como podemos pertencer? É um círculo vicioso: quanto mais deficientes nos julgamos, mais separados e vulneráveis nos sentimos. Por trás do medo de ser defeituoso existe um medo mais primário de que há algo errado com a vida, de que algo ruim vai acontecer. Nossa reação a esse temor é direcionar culpa ou mesmo raiva para a suposta raiz do problema: nós, os outros, a própria vida. Mas, mesmo quando dirigimos nossa aversão para algo externo, no fundo ainda nos…

Quantas vezes o inesperado aconteceu! Quantas vezes o esperado nunca chegou a passar! E mesmo que seja destinado a ser, o que é que vale correr para encontrar seu sofrimento? Você sofrerá em breve, quando chegar a hora; então, enquanto isso, olhe para a frente, para coisas melhores. – Sêneca Carta 13, “Sobre Medos infundados” Cartas de um estoico, Volume I, de Sêneca Livros de Sêneca

Este fim será possível para nós se entendermos que existem duas classes de objetos que nos atraem ou nos repelem. Somos atraídos por coisas como riquezas, prazeres, beleza, ambição e outros objetos tão atraentes e agradáveis; somos repelidos pelo trabalho, morte, dor, desgraça ou vidas de maior frugalidade. Devemos, portanto, nos treinar para que possamos evitar o medo de um ou o desejo pelo outro. Lutemos de maneira oposta: retiremo-nos dos objetos que atraem e instiguemo-nos a encontrar os objetos que agridem. – Sêneca Carta 123. Sobre o Conflito entre Prazer e Virtude Cartas de um estoico, Volume III, de…