A verdadeira felicidade é um verbo – Epicteto

Lições de Epicteto sobre a felicidade

– Em que consiste a felicidade?

“A felicidade costuma ser confundida com prazer ou lazer experimentados passivamente. Esse conceito de felicidade só é bom até certo ponto. O único e precioso objetivo de todos os nossos esforços é uma vida em expansão no caminho da plenitude”.

– E o que seria a plenitude?

A arte de viver bem a vida.

– Como viver bem a vida?

Pela filosofia, pelo amor à sabedoria.

– Para quem? E como praticar a filosofia?

“A filosofia é destinada a todos e só é praticada de modo autêntico por aqueles que a associam à ação no mundo, visando a uma vida melhor para todos”.

Felicidade, assim, é uma ação.

Uma ação em duas direções (guiadas pela filosofia):

1) Erradicação das “doenças da alma”, alcançada ao “iluminar os caminhos de nossa alma que foram contaminados por convicções infundadas, desejos descontrolados, preferências e opções de vida questionáveis que não são dignas de nós”;

2) Ação no mundo, ao “despertarmos de nossa apatia e introduzir-nos no caminho de uma vida ativa e alegre”.

“A verdadeira felicidade é um verbo. É o desempenho contínuo, dinâmico e permanente de atos de valor. A vida em expansão, cuja base é a intenção de buscar a virtude, é algo que improvisamos continuamente, que construímos a cada momento. Ao fazê-lo, nossa alma amadurece. Nossa vida tem utilidade para nós mesmos e para as pessoas que tocamos” – Epicteto.

Destacamos o trecho “para nós mesmos e para as outras pessoas”, devemos seguir, assim, um caminho virtuoso e humano. Não apenas para uma evolução pessoal, mas para um bem comum da nossa “irmandade humana”, como afirma Epicteto em um outro momento.

Epicteto foi escravo e discípulo de Caio Musônio Rufo, que era a favor da educação filosófica para mulheres, um avanço para a época. Epicteto tornou-se um dos mais aclamados alunos de Musônio Rufo e acabou sendo libertado. Em 94 d.C., o imperador Dominiciano exilou Epicteto de Roma – “ameaçado pela crescente influência dos filósofos” – Sharon Lebell.

Referência:

A arte de viver, de Epicteto, tradução de Sharon Lebell

2 Replies to “A verdadeira felicidade é um verbo – Epicteto”

  1. A felicidade é uma busca constante do homem, mas ainda que a grande maioria a busque nos bens materiais, a verdadeira satisfação pessoal está na paz de espírito. Epícteto diz que a felicidade é uma ação, um verbo, “é o desempenho contínuo, dinâmico e permanente de atos de valor”
    Estou trabalhando para montar uma palestra sobre isso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *