“Ninguém pode viver uma vida feliz, ou mesmo uma vida suportável, sem o estudo da sabedoria” – Sêneca

Os antigos estoicos não conheciam experimentação em ciência, nem o que hoje chamamos de método científico: avaliar evidências empíricas, baseadas em observações, analisá-las com lógica, gerar hipóteses, testar estas com experimentos observacionais ou intervencionistas (usando controles e maneiras de minimizar os vieses), gerar novos dados, reciclar as hipóteses e gerar novos fatos. Entretanto, eles eram amantes da Sabedoria, sendo esta uma das suas virtudes básicas.

Segundo uma das grandes mentes das últimas décadas, Richard Feynman:

“Não importa o quão bonita é sua teoria, não importa o quão inteligente você seja. Se a teoria não bate com o experimento, está errada. Nessa afirmação simples, está a chave da ciência”.

Alguns fatos que temos atualmente: não há ainda vacina para o COVID, e provavelmente não haverá nos próximos meses; não há medicação eficaz no momento, embora inúmeros protocolos estejam sendo experimentados; O COVID-19 é mais contagioso que a gripe sazonal, a SARS, a hepatite ou o HIV, mas menos contagioso que o sarampo, a varicela e a tuberculose.

Além disso, sabemos que a humanidade já passou por pandemias mais letais, mas a sensação de impotência e desespero tem descrições similares com a atualidade. Sabemos também que hoje presenciamos a pior epidemia dos últimos 102 anos, juntamente com a pior depressão econômica em 80 anos, e a maior intervenção governamental mundial que se tem relato.

Na filosofia estoica, precisamos exercitar o distanciamento histórico. O que o imperador Marco Aurélio praticou, durante a Praga Antonina, foi uma técnica contemplativa que envolvia meditar a partir de um passado distante. Assim, ele se lembraria de que, quando se trata dos desafios que enfrentamos na vida, não há nada de novo sob o sol.

“Tenha em mente constantemente de que tudo isso aconteceu antes. E acontecerá novamente – o mesmo enredo do começo ao fim, a idêntica encenação. Produza-os em sua mente, como você os conhece por experiência ou pela história” – Marco Aurélio, Meditações, 10. 27.

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