Dicotomia do controle e perfeccionismo positivo

Um dos conceitos centrais do estoicismo é a dicotomia do controle: a dualidade e a percepção entre o que podemos controlar e o que não podemos controlar. Ao identificar em que categoria está submetida uma ação, devemos tirar o peso sobre o que não podemos controlar e concentrar nossos esforços no que podemos controlar. Devemos tentar fazer esse exercício com as questões que nos inquietam no dia a dia: dissecar as ações e as dividir entre esses dois segmentos. 

A dicotomia do controle pode ajudar também em relação aos nossos empenhos para alcançar um determinado objetivo, afinal o estoicismo é uma filosofia da ação.

“A dicotomia do controle é libertadora desta maneira: ela te lembra que você não pode controlar os resultados, mas pode apenas fazer o seu melhor”.

Matthew Van Natta

Assim, tiramos o peso das falsas expectativas. Afinal, o futuro (resultado de nossas ações) está fora do nosso controle. Isso significa levar sem compromisso as nossas metas? De jeito nenhum! A questão é concentrar nossas ações no agora, em cada conhecimento ou hábito em processo de desenvolvimento. Mas há também outro desequilíbrio nesse entendimento: a possível busca de um perfeccionismo que chega a nos paralisar, que nos deixa sempre insatisfeitos, e que está ligado ao ego. 

O que temos que fazer então? Assumir um “perfeccionismo positivo”, nos termos definidos por Clarissa Pinkola Estés, no livro “Mulheres que correm com os lobos”.

“Existe um perfeccionismo negativo e um perfeccionismo positivo. O negativo frequentemente gira em torno do medo e de ser considerado incapaz. O positivo é mais parecido com a atitude de se esforçar ao máximo, de ficar com algo produtivo para aprender a fazer bem. Exemplos de perfeccionismo positivo consistem em aprender a fazer algo melhor, a escrever melhor, a falar, pintar, comer, relaxar melhor e assim por diante. Um outro tipo de perfeccionismo positivo reside em fazer certas coisas com regularidade”.

Isso é o que podemos controlar: o nosso esforço e regularidade em ser melhor. É esse perfeccionismo que temos que buscar.

Referência:

The Beginner’s Guide to Stoicism: Tools for Emotional Resilience and Positivity, de Matthew Van Natta

Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés

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