“Você não pode perder nem o passado nem o futuro; como você pode perder o que não tem?” – Marco Aurélio

Em “Meditações“, Marco Aurélio filosofa mais uma vez sobre como o tempo é fugaz e fora do nosso controle. E como devemos abordar a questão de como abraçar nossa mortalidade e viver com presença diariamente, pois isso expande nossa realidade:

“A velocidade com que todos eles desaparecem – os objetos no mundo e a memória deles no tempo. E a natureza real das coisas que nossos sentidos experimentam, especialmente aquelas que nos seduzem com prazer ou nos assustam com dor ou são em alto tom alardeadas pelo orgulho. Para entender essas coisas – quão estúpidas, desprezíveis, sujas, decadentes e mortas elas são – é para isso que servem nossos poderes intelectuais” (2. 12).

Meditar sobre a fragilidade e a brevidade da vida é saber que o passado não nos pertence, muito menos o futuro. Só temos esse exato instante. Em outra passagem, ele persiste na mesma idéia.

“Mesmo se você viver mais três mil anos, ou dez vezes mais, lembre-se: você não pode perder outra vida, apenas a que você está vivendo agora, ou viver outra que não está que está gastando… O presente é o mesmo para todos; sua perda é a mesma para todos; e deve ficar claro que um breve instante é tudo o que se perde. Pois você não pode perder nem o passado nem o futuro; como você pode perder o que não tem?” (2. 14).

O tempo para os estoicos é fugidio. Devemos fazer planos que levem em conta os recursos que temos disponíveis e não temer algo que ainda não aconteceu, deixando de sofrer na imaginação. O tempo – como Sêneca nos diz em sua primeira carta – é o recurso mais precioso de todos.

Referência:

Meditations: A New Translation

Meditações

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