Não é possível viver bem o hoje, a menos que você o trate como seu último dia – Musônio Rufo

Por volta de 165 da Era Comum, o mundo foi atingido por uma praga que ficou conhecida como a Peste Antonina (ou a Praga de Galeno, em referência ao médico grego do Império Romano e descreveu aspectos da doença). A mortalidade era por volta de 7-10%, o curso clínico curto de poucos dias e a apresentação com febre, dor de cabeça e fraqueza (além de rash cutâneo). A cidade de Roma chegou a reportar 2.000 mortes por dia e houve regiões onde morreu ¼ da população. A epidemia durou 15 anos e dizimou quase 60 milhões de pessoas.

Foi o começo do fim do Império Romano, dizem historiadores. Como atualmente, surgiram charlatões, curas rápidas. O impacto econômico foi enorme, prejudicando o transporte, dificultando o comércio e enfraquecendo a força de trabalho e de defesa em todo o império.

Musônio Rufo, professor de Epicteto, costumava dizer:

“Não é possível viver bem o hoje, a menos que você o trate como seu último dia”.

Marco Aurélio perdeu o irmão adotivo e vários filhos, mas mesmo assim não se permitiu descanso.

Ele separou as pessoas por doença (isolamento social), estabeleceu regras de sepultamento, vendeu parte do tesouro imperial para pagar dívidas, convocou médicos e cientistas, e ficou em Roma quando todos os ricos fugiram.

Segundo Donald Robertson:

“Marco e Galeno tinham uma coisa em comum. Ambos procuraram entender a praga racional e objetivamente, como um fenômeno natural. Galeno como médico e Marco como filósofo”.

O imperador focou no que estava sob seu controle, confiou no conhecimento e na ciência da época, e usou o serviço social como ferramenta de enfrentamento, com coragem e desprendimento. Uma fala atribuída a ele é: “bem-aventurados os que morreram na peste”, pela perda de todas as pessoas próximas que os que sobreviveram tiveram que suportar. Anos depois, também padeceu da mesma doença, mas até o último momento teve a preocupação de garantir uma transição saudável do comando do império.

seu último dia

Referências:

“Pense como um imperador”, de Donald Robertson

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