A tristeza é uma forma de egoísmo – Arnaldo Antunes
Se você entrega-se sem luta à tristeza, você acaba por afetar não apenas você (o que já valeria os seus próprios cuidados), mas também a todos ao seu redor.
Como dar amor, gentileza, atenção e dedicação aos outros se você está vazio de tudo isso?
Sobre isso, penso na música Alegria de Arnaldo Antunes:
“Eu vou te dar alegria
Eu vou parar de chorar
Eu vou raiar o novo dia
Eu vou sair do fundo do mar
Eu vou sair da beira do abismo
E dançar e dançar e dançar
A tristeza é uma forma de egoísmo
Eu vou te dar eu vou te dar eu vou”
Pare de ceder à tristeza
Curar a si mesmo é um ato para o bem comum, pois a tranquilidade ou o desespero de sua mente impacta na sua família, nos seus amigos e na sua comunidade. A forma como você encara o mundo afeta também seus projetos, trabalhos e metas. Se curar e se cuidar é um ato necessário para você e para os que o cercam. Se você os ama, cuide-se. Assim, reverte-se a ideia de que cuidar de si seria egoísmo. Muito pelo contrário.
Nesse processo, não ache que é fraqueza pedir ajuda a seus amigos ou familiares, e, se for o caso, a profissionais qualificados! (Não custa nada lembrar que a Terapia Cognitiva Comportamental tem suas raízes no Estoicismo).
Além disso, e de forma primordial, é necessário que você queira trilhar o caminho para a tranquilidade da alma e para a Eudaimonia.
Como?
Pela Filosofia! Ela é o seu remédio diário e você deve ser o seu salvador.
Os estoicos utilizam inúmeras vezes a metáfora do médico e do paciente para fazer alusão ao ser humano, aos defeitos e aos vícios e à filosofia como o medicamente necessário para trazer tranquilidade à nossa alma. Como a busca pela sabedoria é um longo caminho, que poucos alcançam em plenitude, seremos, então, sempre pacientes precisando tomar nossa posologia de Estoicismo diário.
“Há certos conselhos sadios, que podem ser comparados às prescrições de remédios; estes eu estou pondo por escrito; pois achei-os úteis para ministrar às minhas próprias feridas, que, se não estão totalmente curadas, ao menos deixaram de se espalhar” .
– Sêneca, carta 8, Sobre o isolamento do filósofo