Lições de Maya Angelou

Maya Angelou (1928-2014) foi uma ativista negra, escritora, poeta e professora, além de ter trabalhado como atriz e cantora. Uma caminhada extraordinária, no meio de uma vida marcada por violências e preconceitos. A força de suas palavras é transformadora, sua escrita é clara e poética. Maya Angelou, que teve um filho, oferece no livro “Carta a minha filha” um percurso de lições aprendidas e relatos sobre “amadurecimento, emergências, uns poucos poemas, algumas histórias leves para fazê-la rir e algumas para fazê-la meditar”.

Ao falar a essa filha, que pode ser qualquer um de nós, escreve de forma epistolar as lições de vida que quer passar, assim como fez Sêneca em suas cartas ao amigo Lucílio.

“Sempre que suas cartas chegam, imagino que estou com você, e tenho a sensação de que estou prestes a falar a minha resposta, em vez de escrevê-la”, afirma o estoico.

Assim também nos sentimos próximos de Maya.

A escritora destaca a importância da coragem, que para ela é a mais importante das virtudes. Marco Aurélio diria que é a justiça, mas o que seria de uma sem a outra? Maya Angelou traz uma tradução poética sobre a dicotomia do controle e sobre o poder de transformar os obstáculos a nosso favor, ideias tão bem defendidas e disseminadas pelos estoicos.

“Você não pode controlar todos os fatos que acontecem em sua vida, mas pode decidir não ser diminuída por eles. Tente ser um arco-íris na nuvem de alguém. Não se queixe. Faça todo o esforço possível para modificar aquilo de que não gosta. Se não puder mudar algo, mude a maneira como pensa. Talvez você encontre uma nova solução” – Maya Angelou

Maya fala sobre aceitar o que não podemos controlar, amar o destino, não reclamar, ser luz na vidas das pessoas – e mesmo assim lutar por transformações, se não for possível as externas, que sejam as internas. A escritora soube transformar as dificuldades de sua vida em um importante legado. Ela teve muita coragem, agiu com justiça e valorizou e semeou a sabedoria. Quando começou a dar aula percebeu que “não era uma escritora que ensina, e sim uma professora que escreve”.

Que nós possamos aprender algumas de suas lições.

Referência:

Carta a minha filha, de Maya Angelou

Cartas de um estoico, Volume II, de Sêneca

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