Perfil: Zenão de Cítio
A história do Estoicismo nasceu a partir de um naufrágio. Nada como começar a filosofia tendo que encarar um obstáculo, ou no caso uma tempestade, no caminho. Por volta de 300 a.C. Zenão de Cítio transportava uma carga preciosa: um pigmento púrpura extraído de caramujos marinhos. Com a tempestade, Zenão escapou mas viu seus produtos afundarem. Conta a história que após ter perdido tudo, Zenão segue para buscar conselhos no Oráculo de Delfos, no qual recebe o recado de uma sacerdotisa para “tomar a cor não de moluscos mortos, mas de homens mortos”, como relata Donald Robertson em seu livro sobre Marco Aurélio “Pense como um imperador”.
Em Atenas, buscando entender o significado de tudo que havia ocorrido, segue para uma livraria e em um dos livros começa a ler sobre Sócrates. Zenão, então, entende o recado e decide seguir um homem como aquele, um filósofo. Perguntando ao livreiro onde poderia encontrar um filósofo, Zenão acaba por seguir Crates de Tebas, filósofo Cínico. Após duas décadas, Zenão fundou sua própria escola.
Baseado nas idéias morais dos cínicos, o estoicismo deu grande ênfase à bondade e paz de espírito, adquirida ao viver uma vida de virtude, de acordo com a natureza. Foi muito bem sucedido, e floresceu como a filosofia dominante desde o período helenístico até a era romana.
O nome da filosofia vem da Stoa Poikile (alpendre pintado), um mercado público em Atenas onde os estoicos se encontravam para discutir a filosofia com qualquer pessoa interessada. Vale dizer que os estudantes da escola foram chamados por um tempo de zenonianos, mas depois assumiram o nome de estoicos. Os primeiros estoicos foram influenciados pelas escolas filosóficas anteriores e pensadores, em particular Sócrates e os cínicos, mas também os acadêmicos (seguidores de Platão) e os Céticos.
“Zenão dizia a seus alunos que havia aprendido a valorizar a sabedoria mais do que a riqueza ou a reputação. Ele costumava dizer: ‘Minha jornada mais lucrativa começou no dia em que naufraguei e perdi toda a minha fortuna'” – Donald Robertson.
Referência:
The Beginner’s Guide to Stoicism: Tools for Emotional Resilience and Positivity, de Matthew Van Natta
“The Stoic Emergency Kit“, de Massimo Pigliucci
6 Replies to “Perfil: Zenão de Cítio”