O que aprendi com Harry Potter e suas relações com o Estoicismo

1. Encontramos amigos em momentos inesperados e em aventuras intensas. Momentos difíceis, porém compartilhados, transformam-se em catalisadores de amizades e em boas histórias para contar e relembrar.

– “Mas, daquele momento em diante, Hermione Granger tornou-se amiga dos dois. Há coisas que não se pode fazer junto sem acabar gostando um do outro, e derrubar um trasgo montanhês de quase quatro metros de altura é uma dessas coisas” – “Harry Potter e a Pedra Filosofal” – J. K. Rowling.

– “Considere-o como leal, e você o fará leal” – Sêneca.

– “Para que propósito, então, eu faço um homem meu amigo? A fim de ter alguém para quem eu possa morrer, que eu possa seguir para o exílio, contra cuja morte eu possa apostar minha própria vida, e pagar a promessa depois” – Sêneca.

2. É preciso saber – e ter coragem para – nomear nossos medos.

– “Chame-o de Voldemort. Sempre chame as coisas pelo nome que têm. O medo de um nome aumenta o medo da coisa em si” – “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.

“Quando damos nome às coisas, nós as compreendemos corretamente sem acrescentar informações ou julgamentos que não são inerentes a elas” – Epicteto.

3. Outras vezes, é preciso simplesmente ver os nossos medos com outros olhos, mudar a percepção e rir um pouco deles.

“O feitiço que repele um bicho-papão é simples, mas exige concentração. Vejam, a coisa que realmente acaba com um bicho-papão é o riso. Então o que precisam fazer é forçá-lo a assumir uma forma que vocês achem engraçada. Vamos praticar o feitiço com as varinhas primeiro. Repitam comigo, por favor… riddikulus!” – “Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban”

“A própria alma deve ser feliz e confiante, elevada acima de todas as circunstâncias”- Sêneca.

4. Nossas escolhas são o que nos definem e traçam o nosso caminho.

– “São as nossas escolhas, Harry, que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades” – Alvo Dumbledore, em “Harry Potter e a Câmara Secreta”.

“Portanto, faça sua escolha de maneira direta de uma vez por todas, e cumpra-a. Escolha o que é melhor” – Marco Aurélio, Meditações, 3. 6.

5. Acreditar e ter coragem torna o que parece impossível, possível.

– “Eu sabia que podia fazer isso desta vez – disse Harry –, porque já tinha feito antes… Faz sentido?” – “Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban”.

– “O bom de ser criada com Fred e Jorge – disse a garota, pensativa – é que a gente meio que começa a achar que tudo é possível desde que se tenha coragem” – “Harry Potter e a Ordem da Fênix”.

– “Pratique até o que parece impossível” – Marco Aurélio, Meditações, 12. 6.

6. Não tenha preconceitos.

– “Quero dizer, é o mesmo tipo de absurdo que a segregação de lobisomens, não é? Tudo isso parece nascer dessa horrível maneira dos bruxos se acharem superiores aos outros seres…” – “Harry Potter e a Ordem da Fênix”

– “O estoicismo moderno permite bastante espaço para celebrar a diversidade, mas nenhum para discriminação de outro ser humano” – Massimo Pigliucci, no seu podcast Stoic Meditations.

7. Antes de dormir, esvazie a sua mente.

– “Você deve esvaziar sua mente de toda emoção antes de dormir; esvazie-a, deixe-a limpa e calma, compreendeu?” – Sanpe, em “Harry Potter e a Ordem da Fênix”

– “É bem superior o prazer que vem da contemplação quando a mente está tão limpa que brilha” – Sêneca.

8. Excesso faz mal, até para o que em teoria parece bom, como a Felix Felicis.

– “Porque ingerida em excesso causa tonteiras, irresponsabilidade e perigoso excesso de confiança. Tudo que é bom demais, sabe… extremamente tóxica em quantidade. Mas tomada com parcimônia e muito ocasionalmente…” – “Harry Potter e o enigma do Príncipe”.

– “Cabe-me responder que sempre é vicioso o que está em excesso” – Sêneca, “Da tranquilidade da alma”.

9. É preciso cuidar do corpo, fazer exercícios e movimentar-se. Às vezes, exercícios também nos ajudam a limpar a mente e pensar melhor.

– “Nada dava tão certo para uma cabeça preocupada quanto um treino exaustivo” – “Harry Potter e o Cálice de Fogo”

– “O corpo do filósofo também deve estar bem preparado para o trabalho porque muitas vezes as virtudes o utilizam como uma ferramenta necessária para as atividades da vida” – Musônio Rufo.