Desfaça a cara feia

Você tem o hábito de sentir raiva? De fechar a cara? De ficar emburrado? O que isso tem resolvido para você? O filósofo contemporâneo Alain De Botton, em seu livro “O curso do amor”, fala sobre a “mania” dos amantes de ficarem “emburrados” – o que não ajuda em simplesmente nada em qualquer relação: “No cerne de estar emburrado existe uma confusa mistura de raiva intensa e um desejo não menos intenso de não deixar transparecer o motivo da raiva. O emburrado, ao mesmo tempo, está desesperado para que a outra pessoa entenda seus motivos e, no entanto, se empenha…

O amor é mais uma arena na qual o estoico pode treinar o seu caráter – Massimo Pigliucci

A visão dos estoicos sobre o amor romântico é que esse é “indiferente“. Pode parecer chocante a afirmação, mas o que isso quer dizer na verdade? Esse conceito de indiferente para os estoicos quer dizer que uma coisa não é – por si só – boa ou ruim. O amor, neste caso, pode ser bom ou ruim, dependendo de como agimos em relação a ele. Vale lembrar que estamos falando aqui do amor romântico entre parceiros e não de um sentimento mais amplo que devemos cultivar em relação a toda a humanidade.  “Você me faz querer ser uma pessoa melhor”!…

Como é que eu entrei nessa situação? – Sêneca

Quantas vezes somos capazes de nos fazer essa pergunta durante a vida sem perceber que somos nós que determinamos nossos caminhos? “A fortuna nos ataca quantas vezes atacarmos a Fortuna. É vergonhoso, em vez de seguir em frente, ser levado e, de repente, em meio ao redemoinho dos acontecimentos, perguntar de forma aturdida: ‘Como é que eu entrei nessa situação?’”. – Sêneca A solução, mais uma vez nos afirma Sêneca, é a filosofia: “Recorra, portanto, da filosofia, se quiser estar seguro, tranquilo, feliz, se quiser ser–e isso é mais importante,–livre. Não há outra maneira de atingir esse fim”. É você.…

No final, o amor que você ganha é igual ao amor que você dá – The Beatles

Hecato diz: “Posso lhe ensinar uma poção do amor feita sem drogas, ervas ou feitiços especiais – ame para ser amado”. Ou como cantaram The Betales: Oh yeah, all rightAre you going to be in my dreamsTonight? And in the endThe love you takeIs equal to the love you make

Amar, então, está apenas no poder dos sábios – Epicteto

É importante levar em consideração o alinhamento de princípios filosóficos quando pensamos em relacionamentos. Mais do que um rótulo de estoico ou estoica, é sobre pensar em afinidade de valores! Além disso, um relacionamento não pode ser avaliado como um bem por si só. O que deve ser levado em consideração é a forma como as pessoas envolvidas tratam uma a outra, e como lidam com suas próprias questões em meio ao envolvimento amoroso. Há espaço para o desenvolvimento de suas virtudes em sua relação?  Uma das quatro virtudes cardeais do Estoicismo é a Sabedoria Prática ou Prudência (sendo as…

“Ame na prática” – Paulo Gustavo

O ator, comediante, roteirista e criador Paulo Gustavo, de 42 anos, morreu no dia 4 de maio, mais uma vítima da COVID-19.  No Especial de Final de Ano do programa 220 volts ele disse: “Enquanto essa vacina tão esperada não chega para todo mundo, é bom lembrar que contra o preconceito, a intolerância, a mentira, a tristeza, já existe vacina: é o afeto, o amor. Então diga o quanto você ama para quem você ama. Mas não fica só na declaração não, ame na prática, na ação. Amar é ação, amar é arte!” A vida é rara! Lembre-se que você…

“O amor é mais habilidade do que entusiasmo” – Alain de Botton

Amor & Estoicismo Por mais que no senso comum a palavra “estoico” possa passar a ideia de uma pessoa sem emoções, sentimentos ou impulsos, não é o que a filosofia estoica acredita ou dissemina. “De fato, eles distinguiram entre três tipos de emoção: boa, ruim e indiferente” – Donald Robertson. Os estoicos, então, pregavam na verdade que evitássemos apenas as emoções ruins. O amor assim não deveria ser evitado, muito pelo contrário, os estoicos amam a sabedoria, disseminam o amor ao próximo e defendem a gentileza. Vamos encaramos o amor, então, com uma visão filosófica: na qual não nos perdemos…

Vida – Amor – Morte | Lição de Elizabeth Gilbert

Elizabeth Gilbert preparou-se para os momentos finais da vida de sua mulher, Rayya Elias. Preparou-se para vê-la frágil, para cuidar dela. De alguma forma, Liz Gilbert fez tudo isso, mas não como imaginava, pois Rayya, como conta a escritora na crônica “The Alpha Wolf” (2018), em The Moth, nunca deixou a sua mente sucumbir. “Ter vivido o suficiente não depende nem de nossos anos, nem de nossos dias, mas de nossas mentes” – Sêneca, Carta 61, “Sobre encontrar a morte alegremente”. Rayya não venceu a morte, mas continuou sendo, até fim, a loba-alfa como sempre foi. Assim, a esposa, que…

“Você receberá a sua devida porção quando chegar a sua vez” – Epicteto

No seu “Manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria”, Epicteto afirma, em um de seus ensinamentos, que devemos encarar a vida como um banquete: “quando lhe passarem as travessas, pegue-as e sirva-se de quantidades moderadas. Se uma travessa não lhe for passada, saboreie o que já está no seu prato. Ou, se a travessa não chegou a suas mãos, espere pacientemente a sua vez”. A partir de uma metáfora simples, o filósofo centra o seu ensinamento em contenção, aceitação e gratidão. Mais uma vez, reforça a ideia de que devemos centrar nossos esforços apenas no que de fato está sob…