Jejum como prática

Não precisamos olhar para Esparta para imaginar que o desejo por comida era um tema comum nas reflexões estoicas antigas. Atualmente, com a oferta exagerada de alimentos prazerosos e cheios de açúcar e outros males (óleos de sementes vegetais, carboidratos ultrarrefinados etc.), cabe ainda mais a discussão e exercício de encarar a condição natural de sentir fome. Deixar de comer por algumas horas por dia era condição comum há poucas décadas. Jejuns intermitentes e prolongados tem voltado a discussão, e a ciência parece comprovar que eles trazem benefícios quantificáveis (diminuição da resistência à insulina, diminuição da inflamação sistêmica, melhora do…

Qualquer pessoa com algum grau de força mental deve ser capaz de existir sem as coisas de que mais gosta por alguns meses, pelo menos – Georgia O’Keeffe

Na carta “Sobre festivais e jejum”, Sêneca conversa com Lucílio sobre a prática de excluir o “conforto” de sua vida por alguns dias para que, assim, o destino não o atormente. Para Tim Ferriss, “essas práticas o tornam menos emocionalmente reativos, mais conscientes do momento presente, e mais resiliente”. Ele continuou: “isso aumenta consideravelmente sua habilidade de sentir contentamento por pequenas coisas”. Nas palavras de Sêneca, a prática poderia ser como: “Deixe a cama de palha ser real, e o manto grosseiro; deixe o pão ser duro e sujo. Resistir a tudo isso por três ou quatro dias por vez,…