ESCREVA | DESAFIO IRMÃOS ESTOICOS

escreva - diário filosófico

De manhã, para começar o dia com a mente limpa; à tarde para dar uma pausa na correria; ou, à noite, para avaliar as suas ações durante dia; escreva!

Epicteto, Marco Aurélio e Sêneca, os três praticavam essa “escrita de si“. Inclusive, o diário do imperador é um dos grandes livros do Estoicismo: Meditações, escrito só para si, para ter suas ações, valores e pensamentos em constante vigilância.

“Eu examino o meu dia inteiro e retomo o que eu disse e realizei, sem esconder nada de mim mesmo, sem deixar passar nada”.

Sêneca

Para Epicteto, a filosofia devia passar por esse processo de escrita “dia após dia”, que era com esse hábito que iríamos nos exercitar na prática filosófica.

Os cadernos ou diários devem ser relidos com frequência como forma de avaliar padrões de comportamentos e “pôr em xeque” seus valores. Anne Frank, afirma Ryan Holiday no seu livro Stillness is the key, “percebeu que a escrita a permitiu se observar como se fosse uma estranha”. Michel Foucault retomou o termo grego “hupomnemata” (notas para si mesmo) para falar dessa “escrita de si” e a caracterizou como “ferramenta para o combate espiritual”.

Para Ryan Holiday, no estoicismo essa prática é mais do que manter um simples diário, ela “é” a filosofia, e deve ser praticada de forma exaustiva, como forma de domínio próprio e de uma maneira de sedimentar a sabedoria absorvida durante o dia.

Escreva: razões para começar

Ainda com dúvidas sobre começar o seu diário?

Benjamin Hardy aponta razões para iniciar a prática:

  1. Otimiza seu potencial criativo;
  2. Acelera sua habilidade de manifestar as suas metas;
  3. Cria um trampolim para a sua recuperação diária;
  4. Gera clareza e congruência;
  5. Limpa suas emoções;
  6. Sedimenta seus aprendizados;
  7. Aumenta a sua gratidão;
  8. Descortina o escritor em você;
  9. Registra sua história de vida.

Para finalizar, compartilho um trecho das minhas escritas:

“É aqui que eu escorro, que desaguo,
Que medito em palavras.
É aqui que me escuto e me curo.
É aqui que livro de mim e dos outros o peso que sinto.
E, então, volto ao eu que quero ser”.

Referência:

A Quietude é a Chave, de Ryan Holiday

Diário Filosófico: prática estoica para os dias de hoje

Meditações (tradução de Aldo Dinucci)

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