Perfil: Caio Musônio Rufo

Você conhece Caio Musônio Rufo?

Musônio nasce por volta de 30 d.C. na Etrúria. Sua formação se enriquece pela convivência com Trásea Peto, senador de formação estoica condenado por Nero. Musônio Rufo morreu por volta do ano 100. Ele nada escreveu, mas dois alunos seus incumbiram-se disso: Lúcio (do qual nos chegam as 21 diatribes, preservadas por Estobeu) e Pólio.

O filósofo privilegiava o aspecto prático da moral (tornar hábito), como podemos verificar em um trecho da Diatribe V:

“É sem dúvida verdadeiro que a teoria colabora com a prática, ensinando como se deve agir, e que cronologicamente ela precede o hábito, porque não é possível adquirir um hábito positivo se não segundo a teoria; mas por importância a pessoa vem antes da teoria, a partir do momento em que ela é capaz, mais do que a teoria, de guiar o homem à ação”.

Musônio Rufo é uma referência por defender a igualdade na educação filosófica de homens e mulheres. Um avanço para a época.

“Musônio compreendia que todos, homens e mulheres, têm as mesmas capacidades morais e que, portanto, devem receber a mesma instrução, independentemente das diferenças de classe ou gênero” – Juliana Aggio.

Juliana Aggio continua falando sobre a visão de Musônio Rufo sobre as mulheres:

“A mulher pode filosofar, pois é tanto quanto o homem naturalmente capaz de filosofar e se tornar um bom ser humano, como também deve filosofar, pois é um dever moral se tornar boa e assim poder ser feliz”.

Para a professora de filosofia, porém, “essa defesa é feita com vistas a reforçar a submissão da mulher ao homem e consequente manutenção do poderio masculino”.

Visão hoje inaceitável.

Musônio foi o mestre de Epicteto.

Caio Musônio Rufo

Referência:

Estoicismo, de Roberto Radice

O “feminismo” de Musônio Rufo, artigo de Juliana Aggio, professora de filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

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