“Você receberá a sua devida porção quando chegar a sua vez” – Epicteto

No seu “Manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria”, Epicteto afirma, em um de seus ensinamentos, que devemos encarar a vida como um banquete:

“quando lhe passarem as travessas, pegue-as e sirva-se de quantidades moderadas. Se uma travessa não lhe for passada, saboreie o que já está no seu prato. Ou, se a travessa não chegou a suas mãos, espere pacientemente a sua vez”.

A partir de uma metáfora simples, o filósofo centra o seu ensinamento em contenção, aceitação e gratidão. Mais uma vez, reforça a ideia de que devemos centrar nossos esforços apenas no que de fato está sob o nosso controle (o que está no prato?) e saber/aceitar/não se preocupar com o que não está no nosso controle (se a travessa não lhe for passada?).

“Mantenha a mesma atitude de contenção e gratidão delicadas no trato com seus filhos, cônjuge, carreira e finanças. Não há necessidade de ansiar por alguma coisa, invejar ou apoderar-se seja do que for. Você receberá sua devida porção quando chegar a sua vez”.

Pensando nessa ideia de “contenção e gratidão delicadas”, lembrei do poema “Amor após amor” (Love after love), de Derek Walcott. Segue um trechinho (tradução nossa):

“Chegará o tempo,
Quando, com exaltação
Você saudará a si mesmo na chegada
Na sua própria porta, no seu próprio espelho
E cada um dará um sorriso de boas vindas”.

Referências:

A arte de viver, de Epicteto, tradução de Sharon Lebell

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