Tenha o bastante
No livro Stillness is the Key, Ryan Holiday conta a história de dois escritores em uma festa na casa de um bilionário em Nova Iorque. Kurt Vonnegut pergunta a Joseph Heller: “Joe, como você se sente sabendo que nosso anfitrião, apenas ontem, pode ter ganhado mais dinheiro que seu romance em toda sua história?”. Joseph responde: “Tenho algo que ele nunca pode ter”. “E o que diabos poderia ser isso?”, Vonnegut perguntou. “O conhecimento de que eu tenho o suficiente”, respondeu Heller.
Um dos principais preceitos do Estoicismo é a Moderação (ou Temperança). Mas saber que se tem o bastante, que o agora é suficiente, que nossa vida é hoje e o que está fora do nosso controle não deve nos afetar, e que devemos amar tudo que acontece no nosso pequeno universo, são exercícios que podem contribuir com nossa paz e felicidade. Amor Fati não significa que você está “de boa” com tudo que a vida joga para você, mas que você tira o melhor proveito de todas as circunstâncias.
Em outra passagem famosa, Alexandre, o Grande, é confrontado por um filósofo ao atravessar um rio. Um dos homens pergunta: “Este homem (Alexandre, o Grande) conquistou o mundo! O que você fez?”. O filósofo respondeu sem um instante de hesitação: “Eu conquistei a necessidade de conquistar o mundo” (Steven Pressfield, em The War of Art).
Fazer menos, e principalmente querer menos, é viver cada momento desejando o que acontece, e não o que queremos que aconteça (disciplina do desejo).
Ter o bastante não é buscar mais, mas é uma decisão diária. Então, decida ter o suficiente!
“Eu acredito na simplicidade. É espantoso e triste, quantos assuntos triviais até as pessoas mais sábias acham que devem fazer em um dia; (…) então simplifique o problema da vida, faça a distinção entre o necessário e o real ”.
Henry David Thoreau