Jejum como prática
Não precisamos olhar para Esparta para imaginar que o desejo por comida era um tema comum nas reflexões estoicas antigas.
Atualmente, com a oferta exagerada de alimentos prazerosos e cheios de açúcar e outros males (óleos de sementes vegetais, carboidratos ultrarrefinados etc.), cabe ainda mais a discussão e exercício de encarar a condição natural de sentir fome.
Deixar de comer por algumas horas por dia era condição comum há poucas décadas. Jejuns intermitentes e prolongados tem voltado a discussão, e a ciência parece comprovar que eles trazem benefícios quantificáveis (diminuição da resistência à insulina, diminuição da inflamação sistêmica, melhora do perfil lipídico, perda de massa gorda, prevenção de recorrência de câncer etc.) e outros intangíveis (claridade mental, memória, força de vontade).
Na carta 123 a Lucílio, Sêneca diz:
“A fome fará com que até esse pão (velho) seja delicado e com o melhor sabor. Por esse motivo, não devo comer até que a fome me dê ordens; então esperarei e não comerei até conseguir um bom pão ou deixar de ser delicado com isso”.
Uma das práticas recomendadas por Sêneca para aumentar a resiliência e vencer o medo é reservar um certo tempo para praticar dificuldades (é esta a condição que eu temia?). E jejuar talvez seja a mais difícil dessas práticas.
Jeremy Anderberg resume:
“Do jejum, à busca da solidão, ao serviço e à prática da gratidão, há várias disciplinas que orientam e fortalecem as pessoas com objetivos mais elevados por milhares de anos”.
Referências:
Para saber mais, sugerimos os excelentes posts do Dr. Emilio Pacheco