Ao encarar a batalha final com Lord Voldemort e seus muitos seguidores, o professor Remo Lupin afirma ao colega Kingsley Shacklebolt, no filme “Harry Potter e as Relíquias da Morte, Parte 2″: “É o grau do comprometimento que determina o sucesso, não o número de seguidores” . A cena me fez pensar sobre o nosso comprometimento – com nossos valores, escolhas, enfim, com a nossa filosofia de vida. No filme, ocorreram muitas perdas de pessoas queridas, mas a batalha foi vencida! Será que na batalha das nossas vidas, das nossas virtudes contra nossos vícios, o comprometimento com o nosso desenvolvimento…
“Você vive como se estivesse destinado a viver para sempre, não se importa com a sua fragilidade, com quanto tempo já passou por você sem você perceber. Você desperdiça o tempo como se você o extraísse de um suprimento copioso e abundante, embora todo o dia aquele que você concede a uma pessoa ou coisa seja talvez o seu último. Você tem todos os medos dos mortais e todos os desejos dos imortais” – Sêneca, Sobre a brevidade da vida. Deveríamos ter os medos dos imortais e os desejos dos mortais. Nosso tempo é agora. O que passou, foi para…
A escritora, jornalista e acadêmica norte-americana, Elif Batuman, descobriu Epicteto em um momento conturbado de sua vida, com muito trabalho, pós-graduação, vivendo em um novo país. “Na época, eu dava aulas para alunos de graduação e sentia que Epicteto estava trabalhando no mesmo quebra-cabeça eterno que eu, de como conseguir que os jovens fizessem o que é difícil, de fazê-los pensar que as coisas valem a pena, de levantar seus ânimos, e senti como se tivesse encontrado esse grande amigo e aliado”. Falando sobre seu contato com os estoicos, ela cita Crisipo, mas afirma não se conectar com a visão…
Acaso, chance, sorte ou destino. Essas palavras, como queiram chamar, nos dão e nos tiram, nos oferecem favores, que assim como chegam, vão embora, nos “pregando peças”. O que temos, recebemos de empréstimo, ou seja, pode ser restituído a qualquer momento (e isso não vale apenas para coisas, cargos, trabalhos, mas para pessoas e relações). “O bem que pode ser dado, pode ser retirado” – frase dita por Sêneca, porém atribuída por ele mesmo a Lucílio, na Carta 8, “Sobre o isolamento do filósofo”. Os estoicos nos dizem que não devemos colocar a nossa felicidade ou ideias de sucesso e…
Recebemos de presente este texto do médico George Linard, do perfil A pessoa que é o médico, sobre a filosofia estoica e a medicina! Compartilhamos com vocês: Nas últimas semanas tenho prestado atenção aos Irmãos Estoicos. Pessoas que, apesar de tão distantes no tempo e no espaço de Zenão, Epicteto, Sêneca e Marco Aurélio, generosamente dividem conosco o que descobriram nessas mentes hábeis do passado. E como é próprio de toda filosofia que conseguiu atravessar séculos, ali tem substância. E de um tal modo que a primeira conexão que vejo, para além da própria existência, é com nossa profissão, a…
A história do Estoicismo nasceu a partir de um naufrágio. Nada como começar a filosofia tendo que encarar um obstáculo, ou no caso uma tempestade, no caminho. Por volta de 300 a.C. Zenão de Cítio transportava uma carga preciosa: um pigmento púrpura extraído de caramujos marinhos. Com a tempestade, Zenão escapou mas viu seus produtos afundarem. Conta a história que após ter perdido tudo, Zenão segue para buscar conselhos no Oráculo de Delfos, no qual recebe o recado de uma sacerdotisa para “tomar a cor não de moluscos mortos, mas de homens mortos”, como relata Donald Robertson em seu livro…
Basta parar para reparar, controlar a respiração e não sobrecarregar a mente. “Dê a si mesmo um presente: o momento presente” – Marco Aurélio (Meditações, 8. 44). O filósofo imperador retoma essa questão em diversas outras passagens, lembrando que nossa vida é o momento em que estamos agora, e se estamos completamente imersos nele, temos a noção da vida como um todo. Podemos estabelecer então a relação entre viver o agora e a tranquilidade da alma. Afinal, passado e futuro só existem como ilusões nossa mente, por vezes, trazendo nostalgia ou preocupação. O que não é, vale ressaltar, esquecer da…
Como ensinar estoicismo para as crianças? Uma pergunta recorrente, sempre em busca de possibilidades de resposta. Para Massimo Pigliucci (How to be a Stoic), “escrever ciência e, especialmente, filosofia, para crianças é crucial se nos preocuparmos com o futuro da ciência e da filosofia (e de nossos filhos)”. Por isso, é interessante encontrar livros infantis que mesmo não sendo estoicos em si trazem ensinamentos que podem ser associados a importantes conceitos dessa filosofia que tanto nos instiga a ser melhor e a seguir valores e virtudes. Uma das ideias estoicas é que a nossa percepção dos acontecimentos é o que…
Antes de encontrar o estoicismo, não imaginava olhar o mundo sob a perspectiva de uma filosofia específica. Hoje, com lentes estoicas, encaro não só o que vejo, mas o que leio, estudo e assimilo para minha vida. Carrego minha história com os conceitos-chave dessa filosofia, e faço conexões com outros interesses. Nem todas as referências que trago aqui são estoicas stricto sensu, mas são essas relações que busco, para que a filosofia que escolhi faça sentido hoje. Uma das muitas facetas que destaco em Sêneca é que ele soube navegar em diversas áreas, e levar sua escola para os diferentes…
Sabedoria: uma das quatro virtudes principais do estoicismo “Por que você espera? A sabedoria vem ao acaso para nenhum homem” . – Sêneca O filósofo estoico Sêneca foi um escritor voraz. Muitos dos seus ensinamentos são acessíveis hoje pelas cartas escritas ao seu amigo Lucílio. Na carta 76, “Aprendendo Sabedoria na Idade Avançada”, Sêneca debate com o amigo sobre a importância de se buscar a sabedoria em qualquer idade, a qualquer tempo. Logo no início, o filósofo cita o seguinte provérbio: “Enquanto você viver, continue aprendendo a viver”. Apesar de breve, é um das citações estoicas que carrego comigo e…