“O que se exige do ser humano é que, se possível, seja útil ao maior número de semelhantes. Caso não consiga, sirva a poucos, ou aos mais próximos, ou a si mesmo. Ao tornar-se útil aos demais, acaba por iniciar um trabalho social. Da mesma forma, quem se degenera prejudica não apenas a si, mas também a todos os que poderia ajudar caso fosse uma pessoa melhor, quem se aprimora já beneficia os outros, já que prepara quem vai poder ajudá-los no futuro”. – Sêneca Cuide dos que estão ao seu redor, cuide de sua comunidade. Lembre-se, porém, de cuidar…
A ataraxia é a tranquilidade da mente, a quietude que buscamos para alcançar uma vida plena e com eudaimonia. Refere-se à nossa capacidade de enfrentar o acaso e o destino sem sermos dominados pelas paixões. Os estoicos falavam de apatheia, a liberdade em relação às paixões, que consiste em não agir impulsivamente. É importante lembrar que devemos evitar as paixões (emoções prejudiciais), mas isso não significa que somos seres sem sentimentos. Devemos, sim, evitar aqueles que nos fazem mal. A ataraxia está intimamente ligada à aceitação do acaso (amor fati), à serenidade e à liberdade das ansiedades. O sábio é…
{com práticas estoicas} Antes – Pratique o Premeditatio Malorum: você irá encontrar pessoas difíceis, isso faz parte da vida! Preveja esses encontros, não seja pego desprevenido. Faça essa reflexão, como Marco Aurélio no Livro II, 1 do seu Meditações: “encontrarei com um indiscreto, com um ingrato, com um insolente, com um mentiroso, com um invejoso, com um não-sociável”. Lembre-se, como prossegue o imperador, de que eles fazem isso pois não sabem diferenciar o bem do mal. – Com o Premeditatio Malorum, você ajusta as suas expectativas e isso ajuda a manter a ataraxia, a tranquilidade da alma, pois você está…
Quando li o seguinte trecho de Epicteto: “O que fazemos é menos importante do que a maneira como o fazemos”, no livro A Arte de viver, lembrei-me imediatamente da citação de Maya Angelou, em Carta a minha filha: “Tente ser um arco-íris na nuvem de alguém”. Assim, quando penso nos fragmentos descritos acima, penso sobre a importância de sermos gentil com as pessoas. É bom lembrar que o melhor presente que podemos dar às pessoas com quem compartilhamos o nosso tempo – real ou virtual – é a gentileza! As pessoas vão lembrar: de um gesto amável ou de uma…
“Não os questione, especialmente quando um amigo precisar de você: aja em benefício dele. Não hesite!” Epicteto Não é apenas Epicteto que fala em gentileza/bondade e em ajudar os outros. Marco Aurélio coloca que devemos encarar a ajuda aos outros como algo natural – como a videira que dá uvas. Sem esperar nada em troca. Nem mesmo os efeitos do ato gentil. Apenas realizar o que é correto. Fazer o que pode ser feito para ajudar os outros. “Assim, quando um homem realiza uma boa ação, ele não faz estardalhaço, nem chama os outros para verem o que fez, mas…
Ana Claudia Quintana Arantes em seu livro A morte é um dia que vale a pena viver traz uma visão interessante sobre o que seriam as diferenças entre empatia e compaixão – especialmente quando se trabalha com cuidados paliativos – e por que devemos escolher a compaixão. “Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro”, ela afirma. E complementa: “A empatia tem seu perigo. A compaixão, não. Compaixão vai além da capacidade de se colocar no lugar do outro: ela nos permite compreender o sofrimento do outro sem que sejamos contaminados por ele. A compaixão nos protege…
Dr. William Osler é considerado por alguns como pai da Medicina Moderna, um dos fundadores da Johns Hopkins, escritor e clínico da beira do leito. Em seu discurso famoso chamado A Way of Life (um modo de vida), ele fala da construção de pequenos hábitos que fazem um pessoa viver bem e ter sucesso no que almeja. Ele ensinava a tratar pessoas e nunca doenças. Como curiosidade, ele recomendava seus alunos a leitura de Shakespeare antes de dormir para clarear e refrescar suas mentes, nos lembra Ryan Holiday no seu blog Daily Stoic. O médico famoso, mesmo com acesso aos…
Mais uma vez, deparo-me com o tema dos sentimentos no Estoicismo. É um assunto que me interessa – porque não é simples e porque, talvez por isso mesmo, é muitas vezes interpretado de forma a enxergar a filosofia apenas em sua dureza e não em sua compreensão de humanidade. É um dos paradoxos estoicos! De uma lado, os filósofos da escola estoica nos alertam a seguir sempre e sem hesitação a razão, a diferenciar o que está e o que não está sob o nosso controle, a eliminar as paixões… Do outro, eles falam de sympatheia (interdependência e irmandade da…
“Não conhecemos as histórias que estão por trás das ações das pessoas e por isso precisamos ser pacientes com os outros e não os julgar, reconhecendo os limites de nossa compreensão. Isso não significa fechar os olhos a atos nocivos ou defender a ideia de que as ações diferentes têm o mesmo peso moral”. – Epicteto O benefício da dúvida O trecho de Epicteto é sobre dar o benefício da dúvida, é sobre se forçar a lembrar que as vidas das pessoas possuem camadas e histórias completamente diferentes das suas. Não é sobre você, sobre a correria da sua vida…
Acredito que a beleza e a profundidade do Estoicismo venham da conexão entre as suas ideias, muito mais do que de seus conceitos isolados. Vamos pensar, por exemplo, na Dicotomia do Controle! Epicteto escreveu: “Todas as coisas existentes se dividem da seguinte forma: as que estão sob o nosso poder, e as que não estão. Em nosso poder estão o pensamento, o impulso, a vontade de adquirir e a vontade de evitar e, resumidamente, tudo que resulta das nossas ações. As coisas que não estão sob nosso poder incluem o corpo, a propriedade, a reputação, o cargo e, resumidamente, tudo…