1 – Não controlamos por quanto tempo viveremos, mas como vivemos “Os homens não se importam quão nobremente vivem, mas só por quanto tempo, embora esteja ao alcance de cada homem a viver nobremente, mas é impossível a qualquer homem viver por muito tempo”. Sêneca, Carta XXII, Sobre a Futilidade de Meias Medidas “Devemos nos esforçar não para viver muito, mas para viver com razão; para alcançar uma vida longa, você só precisa do destino, mas para viver corretamente você precisa da alma”. Sêneca, Carta XCIII, Sobre a Qualidade da Vida quando contrastada com seu Comprimento 2 – Viva no…
MUDANÇA Tudo muda, tudo passa, tudo flui. A ansiedade tende a nos deixar presos em apenas uma cena, uma causa e um efeito. Mas o que vem depois, e depois, e depois? Isso também vai passar. “Quando nos lembramos de que algo é temporário, somos forçados a ampliar nossa perspectiva mental e imaginar a situação em um contexto mais amplo em termos de sua duração ao longo do tempo, com começo, meio e fim”- Donald Robertson. OPINIÃO Sim, existem fatos – guerras, pandemias, crises sociais e financeiras. Nada disso é ilusão, seria bem diferente do pensamento estoico negar ou entrar…
Para o Estoicismo, as paixões (páthos) eram sentimentos, desejos e emoções doentios, não-saudáveis ou insalubres; como medo, raiva, ciúmes… E devemos nos livrar desses sentimentos que nos fazem mal. Ser dominado por paixões, é abrir mão da razão. As paixões nos fazem julgar as situações de forma incorreta. Quando odiamos, seja uma situação ou nós mesmos, não conseguimos avançar, afinal a raiva é um desses sentimentos doentios que nos cega. A raiva é considerada pelos estoicos uma das paixões mais terríveis e violentas. A ira – que é a raiva em sua pior forma – é entendida como um estado…
A Cidadela Interior é uma metáfora utilizada pela filosofia estoica para tratar da nossa força interna, sobre a construção de uma fortaleza mental que nos proteja de vícios e de emoções doentias e que permita apenas a entrada de virtudes e sentimentos bons. Ou de uma outra perspectiva: um forte que não deixa entrar desejos, aversões e tudo o que está fora do nosso controle. A nossa fortaleza deve estar ocupada do podemos controlar, das nossas vontades e pensamentos bons. Assim, estaremos livres e tranquilos. Para construir cada tijolo de nossa fortaleza, é preciso mergulhar internamente, sem medo do que…
Amor Fati sempre foi – e ainda é – uma das expressões mnemônicas que descobri com o Estoicismo que mais me chama atenção. A expressão em latim significa “ame seu destino” e é um ditado que, embora cunhado por Nietzsche, tem seu ensinamento como um dos pilares do Estoicismo. “Minha fórmula para a grandeza no homem é amor fati: não querer ter nada de diferente, nem para a frente, nem para trás, por toda a eternidade… Não apenas suportar aquilo que é necessário, muito menos dissimulá-lo – todo o idealismo é falsidade diante daquilo que é necessário –, mas sim…
O dia 26 de abril de 2021 é um marco para o Estoicismo: 1900 anos do nascimento de Marco Aurélio. Para celebrar a data, o portal Modern Stoicism lançou uma seleção de textos “Odes To Marcus Competition“. Compartilhamos com vocês o texto “A Letter to Marcus Aurelius”, de Lina Távora, selecionado em 8o lugar na competição. Dear Marcus Aurelius, Since 2020, we are living in a Pandemic. In Brazil, we are still facing an increasing number of deaths – and other evils that come along, like misinformation and neglect for the common good. So I remembered you. You would never…
O Estoicismo é uma filosofia de autocontrole e de autodomínio. A metáfora de que precisamos ser nosso próprio médico e de que, assim, devemos cuidar de nós mesmos, das nossas “enfermidades”, é recorrente. A filosofia estoica não nega – mas reforça – a importância dos mestres, dos tutores, dos conselheiros e dos amigos na nossa caminhada ao encontro de uma vida feliz/virtuosa. Porém, no que realmente conta: está conosco a responsabilidade de curar a nossa mente. “Pare de divagar. (…) Corra para o final. Cancele suas vãs esperanças, e se seu bem-estar importa para você, seja seu próprio salvador enquanto…
Para Epicteto, o mal não é um elemento natural no mundo, e para evitá-lo, é preciso lembrar que a nossa meta nesta vida é a virtude, é o bem, é o desenvolvimento de nossa mente, é o autodomínio. É a auto vigilância que mantém o mal afastado de nós. E é só assim que podemos pensar em uma vida feliz ou em uma vida eudaimônica. Para Marco Aurélio, as pessoas tornam-se arrogantes, ingratas, insolentes e mentirosas porque não sabem a diferença entre o bem e o mal (Meditações, 2.1). São ignorantes sobre si mesmas. São desatentos sobre quem são e…
Os tempos nos pedem bondade e empatia. Os tempos nos pedem uma gentileza sincera. Uma gentileza que seja invencível! Estamos aperreados, cansados, com medo ou com uma dor que nos é próxima ou distante, mas que é, como os estoicos diriam, de nossos irmãos. Não imaginávamos em nosso tempo de vida passar por uma epidemia dessa escala. Não imaginávamos encarar uma batalha que tem impactos altíssimos: a da desinformação – por ignorância ou por malícia – em pleno século XXI. Porém, devemos continuar nos armando de bondade, de sentimentos para o bem comum, cumprindo o que nos cabe hoje; seja…
“Estupidez é esperar figos no inverno ou crianças na velhice“, escreve Marco Aurélio, no livro 11, de suas Meditações. A metáfora nos remete a impossibilidade de que as coisas aconteçam fora do seu tempo, desrespeitando a Natureza, as questões de causa de efeitos, ou mesmo a duração que leva para que as coisas amadureçam. É preciso tempo para que os frutos maturem. Também é preciso tempo para que a criança se torne jovem, depois adulto e depois velha. As coisas boas, as coisas grandes, precisam de tempo! A metáfora de “figos no inverno” já havia sido utilizada por Epicteto em…