“Trata-se daquilo em que acredita. E eu acredito no amor” – Mulher Maravilha

As histórias mitológicas de heróis e deuses são simbólicas para interpretarmos aspectos da humanidade. No filme “Mulher Maravilha” (2017), de Patty Jenkins, conhecemos como Diana (Gal Gadot), princesa de Themyscira, ao resgatar o piloto Steve Trevor e embarcar para o front da I Guerra Mundial, torna-se a Mulher Maravilha. Diana ao ouvir os relatos de Trevor sobre os horrores da guerra não tem dúvida de quem está por trás desses males: Ares, o deus da guerra e o principal inimigo das Amazonas. Assim, Diana Prince embarca com Trevor ao encontro da guerra. A personagem não hesita em agir com coragem…

“Morrer se necessário for! Matar nunca!” – Marechal Rondon

Dos personagens mais fascinantes da História do Brasil, talvez um dos mais corajosos tenham sido Candido Mariano da Silva Rondon, o Marechal, retratado com primor na biografia recente Rondon, uma Biografia. Militar, cientista, estrategista, sertanista, pacificador, o Marechal Rondon percorreu milhares de quilômetros no Centro-Oeste e Norte do Brasil na virada do século 19-20. Começou como soldado, ingressou na Academia Militar, foi colega de turma de Euclides da Cunha e aluno do Benjamin Constant, amigo de presidentes e bacharel em Ciências Físicas e Naturais. Ele foi indicado ao prêmio Nobel da Paz pelo Explorer’s Club, de Nova Iorque, em 1957.…

“As coisas têm muitos jeitos de ser. Depende do jeito de a gente ver…”- Jandira Masur

Como ensinar estoicismo para as crianças? Uma pergunta recorrente, sempre em busca de possibilidades de resposta. Para Massimo Pigliucci (How to be a Stoic), “escrever ciência e, especialmente, filosofia, para crianças é crucial se nos preocuparmos com o futuro da ciência e da filosofia (e de nossos filhos)”. Por isso, é interessante encontrar livros infantis que mesmo não sendo estoicos em si trazem ensinamentos que podem ser associados a importantes conceitos dessa filosofia que tanto nos instiga a ser melhor e a seguir valores e virtudes. Uma das ideias estoicas é que a nossa percepção dos acontecimentos é o que…

Antifascismo

Nos primeiros séculos da Era Comum, ainda não se conhecia o fascismo moderno e atual, mas as práticas de alguns ditadores e políticos eram similares. E já naquela época os antigos estoicos defendiam a sociedade. Hoje em dia, basta ter compaixão e bom senso para entender que o ódio, a discriminação e as atitudes criminosas dirigidas a pessoas negras, mulheres e LGBTQIA+ são recorrentes e inaceitáveis, sem contar que são enfurecedoras. Embora o estoicismo pregue a tentativa pessoal de não se afetar com o que está fora do nosso controle (dicotomia do controle), os mais importantes estoicos históricos trabalhavam arduamente…

“A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares” | 13ª Emenda

Quando o filme “13a Emenda” foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário, em 2017, a apresentadora Oprah Winfrey entrevistou a diretora Ava DuVernay sobre a motivação para a realização da obra audiovisual, sobre o que ela aprendeu durante o processo, seus entrevistados etc. DuVernay foi a primeira mulher negra a ser indicada ao Oscar de documentário.  O documentário de Ava DuVernay faz a relação histórica entre a escravidão e o encarceramento em massa – em especial de pessoas negras. O título do filme, 13a Emenda, faz referência à parte da Constituição norte-americana que aboliu oficialmente e proíbe a escravidão e…

O bem maior

Summum Bonum “O bem maior” – expressão proferida por Cícero, grande orador de Roma. Para os estoicos, o bem maior é a virtude. Por isso, é uma prática que não pode ser deixada de lado. Devemos sempre pensar em como responder com virtude as questões que a vida nos oferece. “E não é o caso tu me dizeres que todas as virtudes são tênues nos seus princípios, e que com o tempo adquirem dureza e robustez” – questiona Sêneca em seu tratado “Da tranquilidade da alma“. No trecho de Sêneca, pensamos sobre a importância de acreditar que a prática das…

Os frutos dessa vida são um bom caráter e atos para o bem comum – Marco Aurélio 

Bom caráter e bem comum “A filosofia é destinada a todos e só é praticada de modo autêntico por aqueles que a associam à ação no mundo, visando a uma vida melhor para todos”. – Epicteto Para todos, ressalta o filósofo Epicteto, que foi servo durante décadas e depois passou a ensinar o Estoicismo.  O Estoicismo é uma filosofia prática voltada ao bem comum. A justiça, uma das quatro virtudes cardeais da filosofia, está ligada à essa ideia. A manutenção do caráter em âmbito pessoal e o direcionamento ao bem comum são frentes complementares.  “Os frutos dessa vida são um…

“Ninguém pode viver uma vida feliz, ou mesmo uma vida suportável, sem o estudo da sabedoria” – Sêneca

Os antigos estoicos não conheciam experimentação em ciência, nem o que hoje chamamos de método científico: avaliar evidências empíricas, baseadas em observações, analisá-las com lógica, gerar hipóteses, testar estas com experimentos observacionais ou intervencionistas (usando controles e maneiras de minimizar os vieses), gerar novos dados, reciclar as hipóteses e gerar novos fatos. Entretanto, eles eram amantes da Sabedoria, sendo esta uma das suas virtudes básicas. Segundo uma das grandes mentes das últimas décadas, Richard Feynman: “Não importa o quão bonita é sua teoria, não importa o quão inteligente você seja. Se a teoria não bate com o experimento, está errada.…

Justiça é corrigir com amor aquilo que se rebela contra o amor – Martin Luther King

A justiça é uma das quatro virtudes cardinais do estoicismo, além da sabedoria, da coragem e da temperança (moderação). Essas virtudes são complementares. Não é possível falar de uma (ou praticá-la) sem as outras, elas são complementares e intrincadas. “Sabedoria é justiça”, sentencia Marco Aurélio – Meditações, 4.37. “Essa alegria brota apenas do conhecimento de que você possui as virtudes. Ninguém exceto o corajoso, o justo, o autocontido, pode se alegrar” – Sêneca, Carta 59, Sobre prazer e alegria. Marco Aurélio reafirma de diversas formas e em várias passagens em seu “Meditações” a importância da justiça, a relevância de fazer…

“Que ninguém te ouça reclamar sobre a vida… nem você mesmo” – Marco Aurélio

É fácil reclamar, mesmo atentos aos nossos privilégios. Reclamar de nós, dos outros, do destino – para outros e para nós mesmos. O que isso, porém, resolve? As consequências das reclamações e lamentações podem parecer a princípio satisfatórias, alívios imediatos. Não mudam, porém, a situação e muito menos trazem calma interna. Pior: ainda podem levar outras pessoas com você ao poço das reclamações. Essa não é uma resposta estoica; humana sim, mas não estoica. Se cair nessa armadilha das lamentações, mude o rumo da prosa. “Ou você consegue lidar com qualquer obstáculo que a vida lhe apresente… ou não consegue.…